A identidade secreta do novo Civic

A identidade secreta do novo Civic
Honda adota tática da Toyota e "vende" Civic pós-face-lift como nova geração

A Honda resolveu seguir os passos de sua maior rival. Para reduzir custos, aumentar lucratividade e se manter competitiva no mercado,  promoveu uma série de mudanças no Civic, sem mudar a antiga plataforma. Ainda assim, decidiu defini-lo como uma “nova geração”. Este expediente é usado pela também japonesa Toyota nas “renovações” do sedã Corolla. Até a atual geração do Civic, a oitava, a Honda mudava totalmente o modelo a cada cinco ou seis anos. Agora, a plataforma lançada em 2005 ganhará sobrevida até, pelo menos, 2016. Mas a marquetice de vender uma remodelação como nova geração não é o único truque da Honda em relação ao “novo” Civic.
Outro foi apresentar o modelo como se fosse um conceito em janeiro deste ano no Salão de Detroit, nos Estados Unidos. Só que o três volumes chega ao mercado norte-americano até o meio do ano: um prazo recorde entre a apresentação do conceito e a chegada do modelo de série ao mercado. Se fosse a sério.

O “novo” Civic está programado para chegar ao mercado brasileiro no fim do segundo semestre deste ano e será produzido na fábrica de Sumaré, interior de São Paulo. Nos Estados Unidos, o modelo classificado pela Honda como a 9ª evolução, chega com motorizações chamadas de HF, de high fuel, que combinam gás natural com propulsores a gasolina ou mesmo híbridos e a gasolina. A aposta da Honda é que a maior eficiência desses motores somados à reestilização da carroceria e do interior sejam suficientes para manter o Civic na atual dinâmica de vendas mundo afora ­ representa cerca de 30% de todos os Honda vendidos e já ultrapassou a marca de 15 milhões de unidades desde o início de sua produção, em 1972.

No novo visual, todas as peças externas de carroceria foram trocadas, com exceção das portas. A parte dianteira do sedã muda de acordo com a versão. Nas configurações mais “sociais”, como a HF, a grade angulosa é bem parecida com a do sedã compacto City. Acrescida de uma “bossa” de gosto duvidoso: uma fileira de leds azuis, que funciona como uma daylight, entre as duas primeiras barras da grade. Nas versões SI, a grade também fica mais angulosa, mas tem fundo telado e apenas uma barra no alto, como nos modelos atuais. Na versão cupê, que não virá para o Brasil, a grade tem um terceiro formato, com molduras grossas e abertura em forma de triângulo invertido. O para-choques ficou mais entalhado e dão uma ar bem robusto à frente do modelo. O desenho de cada uma das versões acompanha o estilo da grade ­ é mais liso na versão de luxo e mais cheio de detalhes nas esportivas. Os faróis, em formato triangular, são iguais nas três configurações.
Na parte traseira foram introduzidos um novo conjunto ótico ­ com lanternas com desenho esportivo que seguem o contorno do aerofólio, e que remetem às do Mercedes-Benz Classe C. O para-choque ganhou contorno mais angulosos e fica protuberante em relação à tampa da mala, o que amplia a sensação de robustez. Nas laterais, o contorno do teto denuncia a repetição de plataforma. As portas, apesar de manterem a moldura, ganharam vincos na base. A linha de cintura fica mais pronunciada no para-lama dianteiro e a partir da porta traseira. No habitáculo, o Civic repetiu basicamente a fórmula que usava antes do face-lift. O painel continua sendo no estilo “dois andares” e o destaque principal e mais importante é o novo volante de três raios, que perdeu aquela “redinha” plástica e ganhou contornos em alumínio.

No mercado americano, o Civic mais apimentado SI, é empurrado por uma  fazer “nervosa” unidade de força 2.4 litros de 202 cv de potência e 23,5 kgfm de torque ­ que trabalha em conjunto com um câmbio manual de seis velocidades. As variantes cupê e sedã trazem sob o capô um propulsor 1.8 litro i-VTEC com câmbio automático de cinco marchas e 141 cv de potência ­ o mesmo que utiliza atualmente na versão brasileira, que apenas adiciona o sistema flex. Enquanto isso, a versão “verde” híbrida conta com o bloco 1.5 i-VTEC associado a um motor elétrico com câmbio CVT e potência máxima combinada de 111 cv. Segundo a Honda, a versão SI é capaz de alcançar uma média de 13,5 km/l, enquanto as com motor 1.5 chegariam a 19,1 km/h no ciclo combinado de cidade e estrada.

 
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